Eu vou escrever um "desabafo" meu. Se aqui é onde eu posso ser "Eu ao vento", que seja!
Em 26/08/16 eu era a Andressa, com 30 anos de vida e uma bagagem de experiências. No dia 27/08/16, eu nasci mãe, esposa, amiga, mulher, filha e profissional. Ufa!! Onde cabe tudo isso?? Como me adaptar a ser tudo... e o nosso coração mole e cheio de amor quer só falar, viver e respirar família? A cabeça confusa.. hormônios, mente, físico, tudo fora dos eixos... Aí entra a falta de "tempo" para cuidar de minha casa, da minha família. Tem ainda a falta de sono de qualidade... pois é...
E junto a isso tudo, a vida seguindo, esperando que a Andressa continue sendo Andressa. Dando os mesmos resultados, exercendo as mesmas funções com as mesmas desenvolturas. Assim, percebo que eu estou me cobrando demais, e por alguns dias (não todos é claro!) me pergunto se o que eu recebo trabalhando vale todo o tempo que passo longe da Carolina, de ter sacrifica-la tirando tão cedo da cama, deixar dodoizinha na escola e chegar toda esbaforida, dar de cara com o stress, não receber nem um bom dia. Escutar desaforos de todos os lados e ter que engolir goela abaixo certas atitudes, como se a crise financeira do país fosse culpa dos funcionários.
Nestes dias dá uma vontade de baixar a doida e chutar o pau da barraca... E em outros eu amo a minha rotina e percebo o quanto sou especial por conseguir conciliar as coisas e ainda por cima ser tão feliz como sou. Dar conta de tudo? Hoje não consigo, ainda. Mas estou melhor que ontem, e assim vai. Se me olhar nos primeiros meses de vida da nossa fofuxa, eu estava mais perdida e hoje me sinto mais segura. E essa segurança aumenta a cada dia.
O que sei é que nos últimos tempos (meses, dias, sei lá) tenho pensado bastante em como me ajustar para suprir as necessidades dessa nova mulher que me descobri depois que a Carolina nasceu, sinto que alguma coisa dentro de mim mudou e eu preciso me ajustar, pq hoje são os cuidados com a alimentação ou com os remédios durante o dia que eu transfiro para a escola, mas e amanhã? será a educação da nossa filha que outros (professores, avós, etc...) terão que assumir pois a mãe passa a maior parte do tempo longe de casa e não tem tempo de fazer esse papel?
Por isso, preciso arrumar "tempo" para cuidar de nós (sim, tempo entre aspas, pq as vezes não é exatamente tempo que me falta, as vezes é cansaço demais, as vezes é a minha chicletinha que não desgruda...). Preciso cuidar da minhas amizades, das minhas cachorras, da minha saúde física, mental e espiritual, do meu casamento, da minha família. Principalmente da minha família que é tudo. E eu sei que devo contar sim com meu marido, aquele que acima de todas as circunstancias entenderá melhor do que ninguém oque se passa por aqui na minha cabeça...
Preciso cuidar de mim acima de tudo, pois o tempo não espera. O bebê chora, o marido quer atenção, o feijão tá queimando e o projeto novo do meu setor tem um prazo para ser entregue.. e eu?? só queria dormir + 5 minutinhos... Eu acredito, que sentirei saudades disso, da mesma forma que já sinto saudades da Carolina bebê, e ela ainda nem engatinha...
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